segunda-feira, 16 de maio de 2011

A vinda da família real para o Brasil em 1808 e a culturalização brasileira


Aproveitem a leitura e vejam um exemplo de um simples trabalho de pesquisa e redação: A partir da leitura de diversos materiais, a seleção das fontes mais apropriadas ao trabalho, a adaptação das informações obtidas na leitura e a redação sob o ponto de vista particular.  

A vinda da família real para o Brasil em 1808 e a culturalização brasileira

Profª. Marília

            Conforme o site História Mais, além dos feitos políticos e comerciais, culturalmente a vinda da família real ao Brasil representou um gigantesco avanço. Veja:

Ø      Diversificação de mercadorias e serviços: cabeleireiro da corte, costureiras francesas, lojas elegantes (de chapéus, luvas e leques; flores artificiais; perfumes; sabonetes), joalherias e tabacarias. 
Ø      Moda Feminina da corte: conforme o estilo francês; usavam vestidos leves e sem armações, com decotes abertos, cintura alta, deixando aparecer os sapatos de saltos baixos.
Ø      Moda masculina da corte: usavam casacas com golas altas enfeitadas por lenços coloridos e gravatas de renda, calções até o joelho e meias.
Ø      Cultura:
                      1808:  
o       Criação do Arquivo Central, que reunia mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de obras públicas;
o       Criação da Imprensa Régia
o       Surgimento da Gazeta do Rio de Janeiro.
o       Chegada de livros didáticos, técnicos e de poesia.
o       Criação das Escolas de Cirurgia e Academia de Marinha
o       criação do Observatório Astronômico
                      1810:
o       Abertura a Biblioteca Real, com 60 mil volumes trazidos de Lisboa.
o       Criação da Aula de Comércio e Academia Militar (1810)
o       Criação do Jardim Botânico
                      1813:
o       Criação da Academia Médico-Cirúrgica
o       Inauguração do Teatro São João (atual João Caetano)
    1816:
o       A partir da Missão Francesa, composta de pintores, escultores, arquitetos e artesãos, chegaram ao Rio de Janeiro para criar a Imperial Academia e Escola de Belas-Artes
                      1818:
o       Criação do Laboratório de Química
                      1820:
o       Criação da Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura-civil.

            Durante o período de “adaptação” da realeza ao Brasil, tivemos também a presença de estrangeiros patrocinados pela corte: artistas e profissionais especializados que assim como trouxeram informações sobre o que acontecia pelo mundo também levaram informações do Brasil a outros países, por meio dos livros e artigos em jornais e revistas que aqueles profissionais publicavam.

Apesar da mudança profunda do Rio de Janeiro; perceba que o restante do país continuava como estava, e não houve alterações nos costumes da grande maioria da população carioca, composta de escravos e trabalhadores assalariados.
 Então, quando se falar em Brasil neste período, principalmente sobre os grandes desenvolvimentos, devemos pensar sobre tudo na cidade do Rio de Janeiro.

Em que contribuiu a vinda da família real para a literatura no Brasil? De certo que a criação da imprensa, como veículo de comunicação primordial, foi o importante feito para a divulgação dos ideais românticos. Mas a fundação das faculdades e academias que letravam (no sentido atual do termo) e profissionalizavam os jovens da aristocracia brasileira, bem como o acesso ao livro pela Biblioteca Nacional foram contribuições que sem estas não haveria nem a divulgação e nem o estímulo da arte literária no Brasil.

Após 1850, já havia no Brasil famílias da aristocracia que possuísse pelo menos um filho letrado (que tinha estudado na Europa: Portugal ou França ou mesmo no Brasil) que acessava as publicações dos poetas românticos. As mulheres, poucas eram letradas, a maioria da minoria (isso mesmo!) que tinha acesso à escola aprendia somente as primeiras letras (para leitura de bilhetes), a tocar piano, a fazer bordados e dominar a culinária básica, porém havia as que se desenvolviam na leitura e adquiriam as publicações de forma secreta (mão a mão). Isto foi belamente ilustrado na novela da Rede Globo Sinhá Moça. 

Assim, aos que se contagiavam estava à mesa para se tornarem adeptos dos ideais compondo poemas. Assim, surgiram os poetas brasileiros das 3 gerações românticas que como já comentamos em aula, quase todos foram jovens da aristocracia, jovens que tinham diplomas acadêmicos.

Uma colinha para você que faltou à aula: Gonçalves de Magalhães, brasileiro do Rio de Janeiro, formou-se em Medicina e viaja para a Europa; Gonçalves Dias, brasileiro do Maranhão, formou-se em Coimbra na faculdade de Direito; Álvares de Azevedo, brasileiro de São Paulo, formou-se em Direito (provavelmente na Faculdade do Largo São Francisco em São Paulo); Castro Alves, brasileiro da Bahia, iniciou a faculdade de Direito no Recife e deu continuidade em São Paulo. Assim, percebemos que os nossos poetas não eram pessoas do povão, eram filhos da aristocracia brasileira, filhos de família com estrutura financeira.
Dos demais poetas das 3 gerações, os quais não citei, não encontrei dados sobre a formação acadêmica, mas podem já ter sido jovens oriundos das famílias de pequenos comerciantes que se sobressaíram na arte pela imitação (aprender tendo algo como modelo) e/ou convívio com os poetas da cidade.
  
    


FONTE:

NICOLA, José. As gerações românticas. In: Língua, Literatura & Redação. 11ª ed. São Paulo: Editora Scipione, 1991. 

História Mais -             http://www.historiamais.com/familia_real.htm
visto em 16/05/2011.

NASPOLINI, Rodrigo Benedet. As primeiras faculdades de direito: São Paulo e Recife. Disponível em: http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewFile/29120/28676
Visto em:16/05/2011

visto em 16/05/2011